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Oportunidades e ameaças

O comunicador brasileiro é, na sua essência, um

grande

Observador

. Pessoas deste talento têm a

capacidade de buscar no passado a compreensão

para o que acontece no presente. Dessa forma,

conseguem ver a estrutura do presente e como ela foi

se formando desde suas intenções

iniciais. Mesmo que essas intenções

sejam quase irreconhecíveis no

presente, os Observadores as

identificam e isso lhes dá mais

segurança ao lidarem com situações,

sentindo-se orientados para tomarem

decisões muito melhores. Tendem a

se tornarem melhores parceiros,

porque entendem as pessoas.

Também são mais sábios em relação

ao futuro, porque viram sua semente

ser plantada.

Precisam de tempo para se orientar

e para fazer as perguntas certas que

lhes darão uma visão linear da situação.

Em compensação, quando constroem

esta visão, podem ajudar muito mais os outros a

entenderem onde estão e para onde querem ir.

Da mesma maneira, isso funciona com relação

a administração, aconselhamento, negociação,

consultorias e, certamente, à comunicação.

Levando em consideração essas características, o

comunicador brasileiro preza pelo seu status quo.

Tende a questionar as coisas, de modo a esclarecer

e verificar - e custa ser convencido. Quando

comparado a um talento de alta dominância, como

um Impulsionador, por exemplo, é possível ver uma

discrepância em certas atitudes de personalidade.

Quando o fator D é predominante, o indivíduo é

impaciente, impulsivo, tenta dominar ou tomar

conta da situação. Não mede palavras e é direto

e objetivo, postura que contraria a essência do

talento Observador.

Mas não podemos nos enganar: o Observador pode,

sim, ocupar uma posição de liderança, principalmente

se o seu meio ecológico for mais descontraído. Para

finalizar, o Observador precisa de muitas informações

para direcionar o curso certo de ação. Isso pode ser

bom por um lado, pois verifica todas as vertentes

possíveis antes de tomar uma decisão importante. Mas,

por outro lado, atrasa o processo de tomada de decisão,

o que pode prejudicar o andamento dos projetos.

De todos os profissionais pesquisados, há dois

talentos que aparecem em menor frequência e que

são fundamentais para o desenvolvimento do país: o

Visionário

e o

Verificador

.

Quando analisamos os Visionários, eles representam

0,36% dos profissionais de comunicação, frequência

ainda menor do que a da população brasileira em

geral, que é de 0,55%.

Os Visionários se fascinam com tudo que pode estar

no futuro. É como se eles pudessem ver projetado na

parede o que o futuro reserva: um mundo melhor,

um produto melhor, uma vida melhor... Dependendo

da área de interesse em que atuam, conseguem

enxergar adiante e ver perspectivas do futuro.

Quando analisamos os dados relativos aos

Verificadores, concluímos que, entre os profissionais

da comunicação, representam 0,54% dos

respondentes, metade da ocorrência na população

brasileira em geral, que apresenta 1,11% das pessoas

com este talento. São indivíduos que sempre chegam

ao fim do que se propõem e avaliam o resultado com

precisão. Se comportam como um filtro que depura e

aperfeiçoa tudo com o que está envolvido.

Se pensarmos no ambiente macroeconômico,

a falta de Verificadores e Visionários pode

representar uma ameaça para o

desenvolvimento econômico de

um país, tendo em vista que

eles são os profissionais

com visão de futuro, que

delegam ações e, ao

fim, verificam se essas

ações foram executadas

corretamente e qual

seu impacto sobre os

stakeholders.

Por outro lado, a

escassez desses talentos

cria uma imensa janela

de oportunidades para as

pessoas com esses perfis,

pois, seguindo o princípio da

oferta x demanda, se tornam

profissionais ainda mais procurados

e bem-remunerados.

Oportunidades e ameaças