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Não sou capaz...

A mesma Sociedade do Cansaço, de Han, do “tudo eu posso”, pode

trazer reações diversas em pessoas diferentes. Enquanto uns

buscam ser o super-homem, traduzido pelo perfil overshift, outros

fazem o movimento oposto:

paralisam-se ao se depararem com

tantos estímulos, vendo-se incapazes de atender a isso tudo.

São aqueles que denominamos com o perfil

undershift

.

É como

se estas pessoas sentissem o mundo andando em uma velocidade

muito além daquela que conseguem acompanhar. Com tantas

mudanças e incertezas, eles apresentam-se deprimidos e com baixa

autoestima. Este perfil aparece quando os 4 fatores são escassos.

A pesquisa demonstra que 0,11% dos participantes estão nessa

condição. Apesar deste não ser um contingente alto, pessoas nesta

situação impactam outras dentro do seu círculo de convivência.

Elas comportam-se com desmotivação exacerbada, não vendo valor

em si mesmas, ocasionando forte demanda de apoio a colegas de

trabalho, gestores, amigos e familiares.

De fato, estamos em ummomento peculiar da história. Não é

humanamente viável acompanhar tamanho volume de transformações.

Hoje, há o que chamamos de FOMO, abreviação para “

fear of missing

out

” ou “medo de ficar de fora”. A forma de nos blindarmos para

mantermos o prumo é termos uma vida pautada no propósito, o

que é conquistado pelo autoconhecimento. Quando sabemos o que

nos move, temos uma vida provida de sentido e conseguimos nos

movimentar em uma determinada direção.

O desafio da atualidade está em transformar o FOMO no JOMO

-

“joy of missing out”

- que, em tradução livre, significa a “alegria

de não estar em todas”. Aqui, mais uma vez, está a importância

de conhecermos os nossos talentos e sabermos com que áreas

podemos melhor nos conectar e quais são aquelas com as quais

não temos tanta afinidade.

Não sou capaz...